Para mim, sempre foi possível, ao menos na minha linha temporal, colocar uma divisória na história do Brasil, chamada de Plano Real. Vivi praticamente toda a infância e adolescência antes dele.
Portanto, me lembro bem das idas mensais ao supermercado, nos anos 1980 e começo da década de 90, assim que meus pais recebiam seus salários, já que no dia seguinte os preços dos alimentos e outros itens básicos subiam absurdamente.
Me lembro também da conquista que representava a compra de um automóvel. Não havia a gama de opções que temos hoje. Fusca, Brasília, Variant (esse é do fundo do baú), Fiat 147, Monza. As opções mais acessíveis paravam mais ou menos por aí.
Com a hiperinflação daquele tempo, adquirir bens era uma maneira de proteger o dinheiro. Até mesmo linhas telefônicas eram consideradas como um bom investimento.
Em 30 anos, a realidade mudou muito. Hoje, é bantante comum, especialmente em centros urbanos, as pessoas optarem por não ter carros próprios (este que vos escreve faz parte deste grupo), utilizando aplicativos de transporte como o Uber, e alugando um carro quando necessário.
Isso se explica principalmente por todos os custos que envolvem a posse de um automóvel, e a rápida desvalorização após a compra de um carro novo.
Renato Carvalho