Segundo fonte segura que participou da reunião com a dupla, a ideia de uma dobrada é quase certa, porém não se revelou o partido pela qual os pré-candidatos teriam a legenda, bem como qual seria candidato a federal ou estadual.


Ambos os candidatos têm perfis parecidos, visto saberem coordenar campanhas eleitorais, militarem em movimentos pela educação, cultura, diversidade e sustentabilidade. O fato chama atenção de ambos teriam sido cria do PT de Mauá, teriam se desfiliado da legenda e se aproximarem do “partido de coração”. Mateus chegou a ser candidato a Prefeito de Mauá pelo Psol com apoio de Heloísa Helena, enquanto Caio, ex Secretário de Cultura e Juventude, teve apoio de Marina Silva e, em 2012 foi peça fundamental no marketing da campanha que colocou Atila Jacomussi na disputa a prefeito e, ao pender contra Vanessa Damo definiu Donisete Braga prefeito no segundo turno daquele pleito.
Ao ser indagado sobre a possibilidade da dobrada, Caio Evangelista, hoje presidente do PCdoB de Mauá. cravou ao Tempo Real que “isso tudo não passa de ensaio e demonstra de fato, a carência que boa parte do eleitorado e inclusive o próprio meio político tem em novos quadros e com projetos que olhem a cidade, as pessoas em um mundo moderno e além de projetos familiares”. Matheus Prado, desconversa e fala de projetos voltados para a educação e crítica a políticas adotadas, sobretudo os cuidados com a saúde e a vacinação.
O JTR, após telefonemas com Mateus e Caio, perguntou por e-mail, obtendo respostas apenas de Caio Evangelista até o momento.
TR- Com a Federação Partidária qual a chance da dupla Caio e Matheus seguirem com o projeto de pré-candidatura?
CE – Não temos projeto de pré-candidatura, o que existe é um modo de pensar a questão das cidades inteligentes, da renovação política e do modo de fazer campanhas. A tendência é que muita gente deixe de votar, porém o sistema continua existindo e dando as cartas.
TR- Qual a experiência que a sua gestão na Secretaria de Cultura e Juventude acrescentou em termos pessoais?
CE- Entrei na cultura como estagiário, fui assistente, professor, diretor, assessor e quando estive como secretário nada me surpreendeu, exceto a confirmação de muitos não se importam. A Cultura para mim foi uma questão de amor, de querer transformar, mas infelizmente foi um período curto e muito conturbado, além da pandemia.
TR- A Lei Aldir Blanc foi o grande feito ?
CE- Não. O grande feito foi fazer a minha obrigação ouvir a comunidade cultural, aceitar a cultura que forma a consciência coletiva da população, apontar caminhos possíveis, correr atrás para ajudar, sobretudo em momentos difíceis como foi e é a pandemia covide-19.
TR- E sobre as críticas:
CE- surpreende zero pessoas. Eu respondo dizendo que a desinformação é a arma dos fascistas para manipular a população. O PT deveria estar sorrindo com o que fez, pois a maioria das entidades e artistas que foi beneficiada com recursos da Lei Aldir, do Proac e FAFC é base do atual prefeito ou do PT e ninguém sofreu perseguição ou deixou de receber e toda a comunidade cultural sabe disso, não adianta tripudiar. Os conselhos foram ouvidos em sua forma plena, todo o processo transparente, conforme regulamentações da lei, a autodeclaração e a devida documentação em termos de editais fez chegar aos artistas ou entendido o dinheiro. Nisso Mauá saiu na frente, basta ler os processos, fazer o que tem que ser feito e ter empatia. Tenho a impressão de que o que incomoda alguns é termos feito. Já eu não tenho críticas a quem trabalha hoje e desejo sorte, sempre.
TR- Sendo candidato a cultura será pauta?
CE- Sendo ou não, é da minha formação, jamais será perfumaria para mim.
TR- Quem deve ser Federal ou Estadual se essa dupla for concretizada.
CE- Cosme e Damião estão no imaginário popular. O importante é realizar o debate, discutir nossa sociedade, formar gente, dizer algo.
TR- Você iria ao PT ou o PCdoB convidou o Matheus?
CE- O Matheus é filiado ao PT e só o PT e ele mesmo pode responder. O PCdoB de Mauá está de portas abertas para aqueles que se incomodem com a injustiça, com as mulheres, juventude, LGBTs, povo negro e com a modernização da administração.
TR- Mas como fica o apoio ao Deputado Orlando Silva?
CE- Orlando é o principal candidato do PCdoB, sem dúvidas, assim como a digníssima Leci Brandão.
TR- Todos com Lula?
CE- É a alternativa contra a aberração, burrice, caretice que se instalou com o atual projeto de Bolsonaro.
TR- A que devemos esse retrocesso¿
CE- Por omissão de pessoas de bem que deixaram de se posicionar e lutar contra essas vozes esquizofrênicas.
TR- E quais os projetos atuais?
CE- Vou trabalhar na divulgação do meu livro OS NEGOS DO OUTRO LADO, publicado em julho deste ano, mas que por questões pessoais e por conta da pandemia não trabalhei a divulgação. Tenho projetos artísticos cinematográficos e outros não poderei revelar agora para não cair no tik tok (risos)
TR- O que pensa sobre os demais pré-candidatos da cidade?
CE- O ser inteligente, deve participar da política, da sociedade, pois fora dela somos iludidos o tempo todo. É importante ensinar a constituição nas escolas para sabermos o que é ser cidade, a ideia de país, de cidade, dos direitos e deveres no estado. Qualquer cidadão que pode votar, também pode ser votado e quem é hoje pré candidato está em seu direito de convencer outros. É legítimo. Agora se são ou não os candidatos que a população espera agora, só as urnas poderão responder. As urnas eletrônicas, seguras inclusive.
TR- E o que você espera para 2022?
CE- Estarmos vivos para vencer a pandemia, discutir o país e ajudarmos outras pessoas a enxergarem o mundo para além dos muros que nos separam. Desejo um ano de esperança para todos. Saúde!