Todo grande herói precisa de um antagonista à altura, nem que seja apenas para realçar seus feitos. Podemos até admitir que Gotham City seria uma cidade muito mais segura sem o Coringa, mas o que o Batman faria se não tivesse o grande inimigo?
O mesmo acontece nos esportes. Michael Schumacher venceu sete campeonatos da Fórmula 1. Mas como nunca teve rivais à altura, quem costuma ser mencionado como o maior piloto de todos os tempos é o brasileiro Ayrton Senna — ainda que os números sejam amplamente favoráveis ao alemão.
A concorrência incomoda, mas nos obriga a melhorar a todo momento. No mundo dos investimentos, foi a chegada das novas plataformas de investimento como a XP que levou os bancos a diminuírem as taxas de administração dos fundos e melhorarem seus serviços.
Chega a ser até inusitado que justamente em um ambiente tão competitivo como o mercado financeiro um grande monopólio resista praticamente intacto: o da B3.
A dona da bolsa brasileira conquistou a posição única no país depois da fusão entre as antigas Bovespa e BM&F, e mais recentemente com a aquisição da Cetip.
Isso significa que todas as negociações com ações, derivativos e títulos de renda fixa privados realizados no mercado brasileiro precisam passar pela B3, que lucra (e muito) com esses serviços.
O debate sobre esse monopólio permaneceu morno, mas esquentou nas últimas semanas depois de rumores envolvendo a XP e o surgimento de uma candidata a rival da B3.
Vinícius Pinheiro
Seu Dinheiro na sua manhã