Um novo risco paira no ar, com a notícia da inelegibilidade do principal ator político de Ribeirão Pires, que pode afetar alianças.
Por Márcio Prado — Peninha
Chegou a hora de posicionar os Bispos neste tabuleiro regional que afeta a microrregião no xadrez político, em especial Ribeirão Pires.
Os grupos políticos se dividirão em apoios para a disputa eleitoral de 2026 no próximo ano, mas visando a eleição municipal de 2029, a qual devem receber a contrapartida dos deputados eleitos, seja na campanha ou na influência junto ao governo do Estado.
Em relação aos candidatos que se utilizarão da campanha a deputado apenas para medir sua popularidade para as eleições municipais, o caso do vice-prefeito Rubão Fernandes (Solidariedade) e Ricardo Abílio (Novo), fica a pergunta se o eleitor, sabendo que se trata de uma campanha teste, prestigiaria entregando seu voto com a clareza de estar investindo numa futura campanha a prefeito?
Nesta arriscada aventura, Rubão teria mais a perder que Ricardo Abílio, se não tivesse uma votação expressiva dentro de Ribeirão Pires. Por essa razão, o vice-prefeito adotou o “jeito” Clóvis Volpi de fazer campanha, marcando presença diariamente nas ruas, conversando e apertando as mãos.
Já o candidato escolhido pela máquina, Clóvis Volpi (PSD), faz as articulações buscando retornar à Assembleia Legislativa, cadeira que já ocupou entre 1995 e 1999. O prefeito Guto Volpi (PL) declarou apoio ao seu pai, decisão que azedou a relação com seu vice-prefeito, que esperava obter apoio dividido da máquina.
Este “Bispo”, que está se posicionando no tabuleiro, ainda poderá causar um abalo nos “peões”, porquê, de acordo com o Diário de São Paulo – edição de 19/10/2025 – Clóvis ainda tenta reverter sua inelegibilidade junto ao TSE – Tribunal Superior Eleitoral em razão de sua cassação em 2022 quando era prefeito, situação que, pessoas mais próximas, dizem não se preocupar, confiantes que tudo estará contornado.
Com os adversários espalhando a informação, a tensão novamente ronda a candidatura de Clóvis, transmitindo insegurança aos apoiadores, que nas últimas semanas se reuniram com o pré-candidato em algumas rodadas de cafés, encontros e reuniões.
Se confirmar a impossibilidade de Clóvis se candidatar, teremos uma situação curiosa, pois, em entrevista a um Podcast regional, o prefeito Guto Volpi deixou claro que o seu apoio, juntamente da máquina pública, entre Rubão e Clóvis, seria pelo seu pai, compreendendo ser uma decisão pragmática e familiar.
Mas, e se Clóvis estiver fora do tabuleiro? Guto apoiará Rubão ou, seguirá o prestígio que vem dando ao vereador Rato Teixeira, e apoiará a deputada Carla Morando (PSDB), distanciando-se ainda mais de seu vice-prefeito? Alguns interlocutores apostam no apoio a Thiago Aurichio (PL), segundo melhor votado da cidade.
A mais votada nas últimas eleições em Ribeirão Pires, a deputada Carla Morando deverá marcar presença dobrando com seu marido e candidato a deputado federal, Orlando Morando. Ambos, com prestígio junto ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB).
Na cidade, o vereador Rato Teixeira deverá coordenar a campanha do casal Morando, de olho também nas eleições municipais.
Outra candidata que deverá dobrar com o marido será a deputada estadual Ana Carolina (Cidadania), que deve fazer campanha junto ao candidato a federal Paulo Serra (PSDB). Em Ribeirão Pires, Gabriel Roncon, que é assistente especial parlamentar de Ana Carolina na Alesp, desde março deste ano, deverá ser o responsável pela campanha da deputada.
Pelo PT, o deputado estadual Rômulo Fernandes, juntamente com o também deputado estadual Barba deverão marcar presença na cidade, com campanha fortalecida pela militância e liderada pela vereadora Fernanda Henrique.
Eduardo Suplicy, que vinha sendo o puxador de votos para a legenda, inclusive o mais votado do PT em Ribeirão Pires, na última eleição, atualmente, com idade avançada e saúde debilitada, é dúvida se entrará no tabuleiro.
Enfrentando resistência de apoio em Ribeirão Pires, o deputado estadual Atila Jacomussi (União Brasil), tenta articular seu retorno ao Solidariedade. Átila tem um histórico de acusações, disputas judiciais e sentenças de condenação sob recurso.
Nas eleições municipais em Mauá, Átila disputou o segundo turno obtendo mais de 35% dos votos, mas sendo derrotado pelo petista Marcelo Oliveira.
No horizonte, turbulências podem alterar o cenário, apenas não mudará o propósito dos que estão de olho nas eleições municipais de 2029 e necessitam de resultados expressivos para continuarem no jogo.
