Secretário de Segurança Pública e deputada estadual despontam como possíveis líderes do 1º e 5º PIB paulista, com apoio de Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas
Entre as muitas especulações nos bastidores do poder, uma das mais comentadas é a possibilidade de, em 2029, as cidades de São Paulo e São Bernardo do Campo serem administradas pelo casal Orlando Morando e Carla Morando, respectivamente.
Orlando Morando, ex-prefeito de São Bernardo por duas gestões — e que deixou o cargo com 81% de aprovação, segundo o Real Time Big Data —, foi convidado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) para assumir a Secretaria de Segurança Pública da capital.
A segurança é hoje a principal bandeira da administração paulistana. Entre os projetos de destaque estão o SmartSampa, o fortalecimento da Guarda Civil Metropolitana — chamada por Morando de Polícia Municipal — e uma série de ações de integração tecnológica. Com visibilidade constante na mídia e resultados expressivos, Morando é apontado como um dos nomes mais fortes para disputar uma vaga na Câmara Federal.
Enquanto isso, sua esposa, a deputada estadual Carla Morando, também se articula politicamente. Ela deve deixar o PSDB e migrar para um partido de direita, alinhando-se a uma nova base de apoio para buscar seu terceiro mandato na Alesp.
Caso se confirme a trajetória de Orlando rumo ao comando da maior cidade da América Latina, ele deverá contar com o apoio de Ricardo Nunes, cuja gestão é aprovada por 63% dos paulistanos, segundo pesquisa da Paraná Pesquisas. Contudo, historicamente, transferir votos de um prefeito para seu sucessor é tarefa difícil — algo que o próprio Morando vivenciou em São Bernardo, quando sua candidata à sucessão foi derrotada ainda no primeiro turno.
A sinergia entre Orlando e Carla Morando, somada à boa relação com o governador Tarcísio de Freitas, fortalece o casal politicamente. A possível candidatura de Ricardo Nunes ao governo estadual, em caso de saída de Tarcísio para a disputa presidencial, poderia consolidar uma ponte direta entre capital, ABC e governo estadual. Esse alinhamento seria ainda mais vantajoso se o governo federal seguir a tendência regional latino-americana e retornar a um espectro político de direita.
Com mais de 80% dos municípios brasileiros hoje sob comando de políticos de centro e direita, o cenário eleitoral favorece a base bolsonarista. Prefeitos dessas cidades tendem a apoiar o candidato indicado por Jair Bolsonaro, caso avance o projeto de anistia completa que busca reverter sua inelegibilidade, contrapondo-se à chamada PL da Dosimetria.
Para o MDB, há uma oportunidade estratégica de expandir sua influência política, caso consiga manter governos na capital e na Grande São Paulo. Internamente, porém, o partido vive um impasse: parte da legenda defende apoio à reeleição de Lula, enquanto outra ala prega alinhamento ao centro-direita.
Ricardo Nunes, por sua vez, afirma que ficará no cargo até o fim do mandato, mas poderá reavaliar sua posição se Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidir disputar a Presidência da República. Nesse cenário, Nunes seria o único nome competitivo contra Fernando Haddad (PT), provável indicado de Lula ao governo de São Paulo. O ex-governador Márcio França (PSB) poderia entrar na corrida apenas para reter votos do campo progressista, com posterior transferência a Haddad em um eventual segundo turno.
Ainda assim, ninguém deve “dormir no ponto”. Afinal, a política é como o xadrez — ou como as nuvens: muda de forma a todo instante e sempre reserva mais de uma jogada para a mesma peça.
Por: Márcio de Andrade Prado – Peninha
