​Vivemos imersos em um turbilhão. A rotina frenética das cidades, com seus prazos, buzinas e a urgência de “estar em tudo”, nos empurra para um estado de constante desatenção. Passamos por paisagens que poderiam acalmar a alma, por belezas naturais que resistem heroicamente ao concreto, e sequer notamos sua presença. O desafio contemporâneo não é apenas viver na cidade, mas sim, vê-la de fato.
​A fotografia que nos inspira (que representa um momento de pausa, não em Paris, mas em qualquer cenário urbano onde a beleza floresce) capta a essência dessa necessidade: a arte de parar. Um minuto de contemplação, de se apoiar na grade e deixar o olhar se perder na copa de uma árvore florida ou na silhueta dos edifícios, é um ato de resistência e autoconhecimento. Muitos passam apressados, com a visão fixa no próximo passo, perdendo a chance de permitir que o cérebro processe algo belo, algo que nutre.
​É cientificamente comprovado: dedicar tempo para apreciar a natureza – mesmo a urbana, com seus ipês, praças e parques – reduz o estresse, acalma a alma e melhora o foco. Sair da correria não é um luxo, mas uma necessidade biológica para processar informações positivas e restaurar a energia mental.
​Contudo, este olhar positivo não deve ser ingênuo. Não se trata de ignorar os problemas, as dificuldades e as questões que nos incomodam na paisagem urbana. Pelo contrário. O olhar que se permite apreciar o belo é também aquele que adquire a clareza para agir.
​Ao acalmar a mente, conseguimos ver o lado positivo, mesmo diante de coisas que não aceitamos. E é nesse ponto que a contemplação se transforma em engajamento cívico. O olhar positivo se torna um motor para críticas construtivas e para a participação ativa.
​Ver a cidade com amor e atenção nos capacita a:
​Dar Sugestões embasadas em uma visão holística do espaço.
​Participar de forma significativa, agregando valor e não apenas reclamações.
​Construir projetos que desenvolvam o local onde moramos, transformando o “eu não aceito” em “eu proponho uma solução positiva”.
​Parar por um minuto, hoje, é um investimento no amanhã. É a semente de uma nova forma de interagir com o ambiente que nos cerca, garantindo que a beleza que observamos seja um reflexo da cidade que estamos, juntos, construindo. Ter um olhar diferente não é apenas ver o positivo; é criar o positivo, uma crítica construtiva por vez, uma pausa contemplativa por dia.
​Robson Fonseca
Repórter Fotográfico (@robsonfonsecafotografo)
​Sugestão de Legenda para a Imagem Anexada:
​Legenda:
​”A Pausa Necessária. Em meio à correria, eles encontraram o lugar. Não é preciso ir longe para acalmar a alma; a beleza da cidade, com seus tons de verde e a resistência das flores, está sempre por perto. Um minuto para parar, respirar e permitir que o cérebro processe o belo. É assim que encontramos a clareza para não apenas ver a cidade, mas para sonhá-la e construí-la melhor. O olhar positivo começa com a pausa.”
​Robson Fonseca
Repórter Fotográfico (@robsonfonsecafotografo)