Na Semana Municipal da Alimentação, uma homenagem ao sr. Sivaldo, que garante produtos orgânicos, com apoio da Prefeitura
“Eu faço questão que levem tudo, porque eu sei que vai para pessoas que precisam”, disse Sivaldo Pereira dos Santos, enquanto carpia matinhos do meio dos canteiros. Ele é aposentado e trabalha há 10 anos cuidando da Horta Urbana, localizada em um terreno de cerca de 400 m² da rua João Cosmai, de forma voluntária, mas com o apoio da Secretaria de Segurança Alimentar da Prefeitura de Mauá.
“São alimentos com muito sabor e sem agrotóxico, que serão distribuídos para famílias em vulnerabilidade”, explicou o coordenador dta Segurança Alimentar, Marco Aurélio Silveira Grande.
O coordenador do Banco de Alimentos de Mauá, Vladimir Garcia, afirma que “cerca de 10 entidades assistenciais receberão cestas básicas com doações do Carrefour, e a alface será adicionada de acordo com o número de famílias que atendem.”
Verduras orgânicas, sem absolutamente nada de veneno. “Eu preparo o adubo com esterco de cavalo bem misturado com material de compostagem daqui mesmo, com resto de folhas, raízes, cascas de ovos e galhos”, ensina Sivaldo. A mistura agrega nutrientes à terra e aos produtos que são plantados.
Seu Sivaldo ajudou várias escolas municipais a plantar hortas em seus terrenos. “Fazer isso ocupa minha cabeça e movimenta meu corpo. Isso é importante porque já faz 20 anos que estou aposentado. Quando era jovem, eu trabalhava na roça, então tô acostumado”, explicou. Mas todo esse trabalho tem um diferencial: o amor e a dedicação à plantação. Neste momento, ele está montando um viveiro de mudas e uma estufa de 24 m² — só falta a lona e o sombrite para ampliar a produção.
Na horta, são produzidos cebolinha, alface crespa e lisa, manjericão, cana-baiana, limão, amora, capim-santo, erva-cidreira, romã, abacate, janaúba, lavanda, tomate e outras coisas. Agora, com a estiagem, está um pouco mais complicado. Afinal, a água é coletada da chuva e passa por um sistema de irrigação que ele mesmo criou. Para isso, também usa três caixas d’água, cujo suporte foi montado pelos próprios funcionários da Secretaria.
*Dia de Colheita*
E o resultado desse trabalho diário e dedicado é uma horta com muitas joaninhas, abelhas e minhocas, que ajudam numa produção saudável e volumosa.
Os pés de alface chegaram aos 80 dias. Cada um pode alcançar uns 40 cm de diâmetro, com as folhas saudáveis e aproveitáveis.
“Essa realidade representa o projeto: ampliar o número de hortas e que as pessoas que têm espaço disponível possam ter interesse pelo plantio, manejo do solo e produção, num gesto de autonomia e sustentabilidade”, afirmou Marco Aurélio.
Sivaldo teve ajuda de mais cinco pessoas para colher os 800 pés de alface e acondicionar em 23 caixas plásticas, que rapidamente receberam as plantas que levaram quase três meses para crescer.
O trabalho final ficou para o Sivaldo: preparar os canteiros novamente, adubar e rezar para que a chuva seja frequente e suficiente.
