“Não se esqueça de mim!” – Rato, de olho no Paço Municipal de Ribeirão Pires

Aproveitando as eleições para deputados, forças políticas municipais e seus grupos testarão estratégias para fortalecer suas imagens na cidade e medir suas forças visando à campanha de 2026. Diante das peças que começam a se movimentar no hipotético “Xadrez Político de Ribeirão Pires”, o vereador Rato Teixeira avisou: “Não se esqueça de mim”, sinalizando, de forma direta, sua intenção de ser pré-candidato nas próximas eleições municipais.

Com isso, além do já declarado pré-candidato Rubão Fernandes, vice-prefeito, e também de Davi Caminhões, a adesão de Rato Teixeira completa, ainda que sem um nome definido da esquerda, a lista de “balões de ensaio” que atuarão na cidade, mesmo sendo cedo para o pleito municipal.

A provável “régua” para medir a força de cada um será a eleição de deputados.

Rubão, que pretende disputar o pleito pela cadeira estadual, é o mais pressionado a apresentar um resultado expressivo. Porém, independentemente da quantidade de votos que consiga angariar, são as urnas de Ribeirão Pires que realmente importam.

O resultado numérico de votos selará o destino do atual vice-prefeito, que pode se tornar candidato nas próximas eleições municipais, estrategicamente como uma “falsa oposição”, para tentar polarizar a disputa com Gabriel Roncon (PP), ou então como uma “oposição coadjuvante” de apoio ao governo — posicionando-se como adversário apenas para retirar votos do principal concorrente.

A depender do desempenho nas urnas, Rubão pode se tornar dispensável ao grupo político na disputa pelo Paço Municipal, mas também pode ganhar peso relevante na balança de apoios — tanto para o grupo de Clóvis Volpi, quanto para o grupo adversário, de Gabriel Roncon, que, na eleição passada, chegou a tentar atrair Rubão para o seu lado.

O vereador Rato Teixeira (MDB), atual líder do governo Guto Volpi (PL) na Câmara Municipal, terá de se habilitar de outra maneira.

O parlamentar deverá projetar sua imagem durante as eleições enquanto faz campanha para Orlando Morando (sem partido), candidato a deputado federal. A grande dúvida é como dividirá seu apoio entre a reeleição da deputada Carla Morando (PSDB) — a mais votada nas últimas eleições na cidade — e a candidatura de Clóvis Volpi (PSD), pai do prefeito Guto, ambos concorrendo a deputado estadual.

Vale lembrar que Clóvis também deverá dividir santinhos com o deputado federal Márcio Alvino (PL), apoiado por Davi Caminhões, que, para projetar sua própria imagem, terá muito a ganhar pedindo votos para Clóvis junto ao eleitorado fiel ao grupo Volpi.

Hoje, é difícil enxergar o grupo político de Rato Teixeira — sobrinho do ex-prefeito Kiko Teixeira — totalmente entrosado com o grupo de Clóvis Volpi. Pode haver, no máximo, uma parceria pragmática. Mas é fácil perceber que o “Grão-Vizir” da política ribeirãopirense coloca uma moeda em cada prato.

São três pratos que recebem as moedas de Clóvis:

No governo, ele será decisivo na escolha do candidato à sucessão de Guto;

Junto ao vice-prefeito, que, caso tenha bom desempenho nas urnas, ainda dependerá do eleitorado clovista para enfrentar Roncon;

E na possível candidatura de Davi Caminhões, já que integrantes de sua equipe política, como Nono Nardelli e o marketeiro Samuel Boss, dão suporte à empreitada.

Os demais nomes que demonstram interesse nas eleições municipais deverão seguir a mesma linha de apoio a candidaturas de deputados como forma de projetar suas imagens. É o caso de Gabriel Roncon, que deverá apoiar a deputada estadual Ana Carolina e o ex-prefeito de Santo André Paulinho Serra para deputado federal. Anderson Grecco, por sua vez, ainda não definiu quem apoiará.

O quarto colocado nas eleições municipais de 2024, Ricardo Abílio, que obteve pouco mais de 3% dos votos, também deverá se lançar candidato a deputado estadual pelo Partido Novo, legenda que preside em Ribeirão Pires. Atualmente, ele é secretário municipal em Rio Grande da Serra, em um governo do PSB — linha ideológica à esquerda, diferente da orientação de seu partido. Uma curiosa contradição.

Já o terceiro colocado nas eleições municipais, Renato Foresto (PT), com pouco mais de 6%, ainda não manifestou para quem pretende direcionar seu eleitorado. No entanto, pelo fato de atualmente trabalhar na prefeitura de Mauá, é provável que defenda a reeleição do deputado estadual Rômulo Fernandes.

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