Peça “Barata, com a Palhaça Binha, fala das peripécias em busca do inseto e início de uma grande amizade
Da entrada da grande sala do Teatro Municipal, é possível ver o cenário da Peça “Barata”, que traz um tapete amarelo de lona e uma cômoda vermelha, com uma grande caixa colorida em cima. É a preparação para a Peça “Barata”, da Cia ABC Clown, que faz a abertura da 3ª Mostra Entre Olhares da Infância, no Teatro Municipal de Mauá, de 6 a 10/10, às 9h30 às 14h30, sempre com novidades.
Na sala, só estão o Otávio Lima e a Sandy Siqueira, com a Ana Liz no colo. A música ambiente é animada e faz a criança dançar. O lugar tem ares de expectativa. Até porque dá para ouvir as vozes alegres e ansiosas de crianças no saguão, por trás da porta azul.
Assim que as portas abrem, os alunos da 6ª C da Escola Estadual Olavo Hansen, no Jardim Feital, e as crianças que participam do Serviço de Convivência do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), do Jardim Oratório, correm para ocupar os lugares da frente.
Antes de começar a peça, entre o pública, caminha a Palhaça Binha, com uma longa trança, blusa amarela, calça rosa e um grande nariz vermelho. Ela conversa com as crianças, que olham atentamente cada detalhe.
“O amor pela nossa gente começa pelas crianças e elas são os futuros professores, médicos, engenheiros, prefeitas, presidentes da República e muito mais. Neste local que, às vezes, a gente vem com o coração apertadinho, a gente sai alegre e cheio de esperança”, disse o secretário de Cultura, Deivid Couto, sobre o teatro.
A secretária de Assistência Social, Fernanda Oliveira, afirmou “fico feliz em ver o teatro repleto de crianças e jovens porque queremos incentivar mesmo a presença de vocês. A Cultura serve para nos fazer pensar e crescer.”
A interação entre a Palhaça Binha e as crianças foi tão grande que elas faziam sugestões para a personagem. Quando a palhaça busca pela barata, que tinha corrido para algum lugar misterioso, ela encontra uma sanfona. A sugestão de uma das crianças foi para que tocasse “La Cucaracha”, ou barata, em espanhol. E foi o que ela fez, mesmo depois que a barata “roeu” as partituras. “Toca Raul!!!”, pede alguém na plateia.
Foram gestos, diálogos e subidas ao palco, com interação do público em várias cenas.
“Faz um mês que eu esqueci uma bomba de chocolate na gaveta da cômoda”, diz Binha. E alguém no público grita: “tá louca? Como alguém esquece de uma bomba de chocolate???”
“A barata tem sete saias”, afirma a palhaça. Além fala: ‘é que a barata é estilosa”.
Binha pergunta pra o público: quem guarda tranqueira em cima do guarda-roupa? Quem guarda coisera debaixo da cama? Quando a personagem, com pernas de pau, resolve passar neve artificial como se fosse inseticida, todas as crianças correm ao lado do palco e recebem uma chuva de neve de espuma, fazendo uma grande balbúrdia.
“Porque você me persegue se eu nem te fiz mal?”, pergunta a barata para a palhaça, já passando mal com o veneno.
A personagem superou o medo e fez uma grande amizade com a Barata Filomena, que usava sete saias de filó. E ao vestir as sete saias acontece uma mágica e a barata vai embora, voando. E leva Binha com ela. “Saindo do meu mundo e entrando no mundo”, disse Binha, citando Clarice Lispector. “Eu gostei muito e a Ana Liz adorou! Eu já tinha vindo ao teatro. É mu9to importante apreciarmos a cultura”, afirmou Sandy.
O haitiano de 12 anos, Samuel Jomeslu Goin Marcelin foi um dos que aprovaram o espetáculo. “Eu adorei tanto a apresentação quanto a Palhaça Binha. Gostei de tudo”, disse.
Nesta terça-feira (07/10), às 9h45, será a vez da apresentação do Mágico Caetano Miranda; e às 14h30, Sinfonia dos Recicláveis, com a Cia. Passarinho Anú. A 3ª Mostra Entre Olhares da Infância segue até na sexta-feira, sempre às9h30 e 14h30, no Teatro Municipal.
