Texto e foto: Robson Fonseca
Vivemos uma era em que a política se mistura ao espetáculo digital. Muitos gestores, em vez de administrar, passam a se comportar como influenciadores de redes sociais, ocupando-se mais de likes e seguidores do que de políticas públicas. O resultado é um descompasso perigoso entre a realidade virtual que exibem e a realidade concreta enfrentada pela população.
De um lado, vemos discursos ensaiados, performances e vídeos cuidadosamente produzidos para o TikTok e o Instagram. Do outro, a vida real dos cidadãos: escassez, miséria, falta de trabalho, serviços de saúde em colapso, educação precária, ausência de saneamento básico e insegurança crescente.
Enquanto o dinheiro público é consumido em campanhas de autopromoção digital, falta investimento no essencial. O mínimo, que deveria ser obrigação, não é entregue. Essa inversão de prioridades compromete não apenas a qualidade da gestão, mas também a credibilidade da política.
É importante reconhecer: as redes sociais são ferramentas indispensáveis para a comunicação moderna. Mas a sua função deveria ser a de abrir diálogo, prestar contas e ouvir demandas da população. Quando utilizadas como palco para piruetas e shows pessoais, transformam-se em distrações que desviam o foco do que realmente importa: administrar a cidade e cuidar das pessoas.
Política não é sobre protagonismo digital. É sobre responsabilidade, gestão eficiente e compromisso com a vida real da população. O governante que esquece isso pode conquistar curtidas, mas perde aquilo que deveria ser sua maior missão: servir à sociedade.
