A lei para pena de Morte em tempos de crise

Um tema que provoca discussões calorosas e que se encontra esquecida no Brasil em um canto da mente humana, é a questão da instituição da pena de morte. Defendida por muitos como uma alternativa para imposição de pena a crimes hediondos graves, podemos trazer à tona essa discussão em um momento de crise institucional pelo qual passa o país.
Constituições, ou seja, contratos sociais, são instrumentos considerados como pactos que envolvem elementos institucionais nos âmbitos da federação e dos poderes constituídos. A Constituição em uma nação, carrega em seu bojo, a essência da cultura do seu povo, pois sempre foi aprovada pela maioria dos representantes desse povo, eleitos democraticamente para comporem uma câmara de comuns entre seus cidadãos.
Embora essa Constituição muita das vezes é tripudiada e analisada conforme os interesses de um determinado momento, as leis ordinárias que são aprovadas na esteira dessa Constituição, passam a representar interesses outros que estão à margem dos interesses de seu povo. Pior do que isso, muitas vezes afetam negativamente o cotidiano desse povo.
E, porque trago à tona esse tema da pena de morte, que particularmente nunca concordei com essa ideia; pois se analisarmos o ambiente onde ela se propaga, uma lei com essa força pode se tornar uma arma para autoridades que se revestem de interesses escusos e de iniciativas nem sempre republicanas que podem fazer dela uma arma de imposição e medo aos contrários de seus interesses, chegando até a vias de fato em direção àqueles que se opõe as suas iniciativas.
Estou convicto em afirmar que não estamos preparados e nem temos maturidade como nação para lidar com um elemento dessa envergadura. Ainda precisamos por mais algumas décadas, criar maneiras de controlar a custo de pesos e contra pesos, a exacerbação dos modelos ditatoriais e a vontade de poder que reveste membros da nossa sociedade política.
Nessa ótica entendam que não podemos permitir a criação de algo que se destina a conter determinada ação humana e colocar em risco todo o país. Nosso país já tem culturalmente a propensão a judicialização dos seus atos cotidianos. todos querem a judicialização de tudo; fruto de um estado de infantilização que o indivíduo vive, buscando a justiça como o senhor feudal que julga se as atitudes de seus subordinados estão corretas. Ora, já passou da hora de crescermos e assumirmos nossas responsabilidades individuais buscando o aprimoramento do caráter através de decidir até onde vai a obrigação individual para que não prejudique o direito do outro. Não basta sermos honestos, temos de ser justos; mesmo que esse julgamento pessoal não seja o que nos agrade.

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