Por Marcos Brasil
Ozzy Osbourne se foi, aos 76 anos, mas o impacto de sua voz, de seus riffs e de sua persona permanece vivo – especialmente no Brasil, onde sua influência ajudou a moldar as bases do nosso heavy metal.
Como vocalista do Black Sabbath, Ozzy não apenas ajudou a criar um gênero musical — ele deu voz a uma geração que buscava o som do inconformismo. Clássicos como Paranoid e Master of Reality atravessaram o oceano e chegaram por aqui em fitas copiadas, inspirando uma juventude brasileira sedenta por peso, identidade e atitude.
Bandas como Sepultura, Angra, Shaman, Dorsal Atlântica e Korzus nunca esconderam a importância de Ozzy e do Sabbath. “Sem o Sabbath não existiria Sepultura”, disse Andreas Kisser. Max Cavalera foi além, chamando o Black Sabbath de sagrado. Em um especial da MTV, o próprio Ozzy elogiou o Sepultura, reconhecendo a autenticidade da banda brasileira. Um mestre saudando seus herdeiros.
Mas a influência foi além do som. Ozzy era estilo, teatralidade, provocação e presença. Sua figura inspirou a postura de palco de vocalistas nacionais, ajudou a moldar o visual e o espírito do metal feito no Brasil. Para muitos fãs, ele era mais do que um ídolo internacional — era quase um mentor espiritual do underground nacional.
Em suas passagens pelo Brasil — a primeira em 1995, e depois em turnês solo e com o Sabbath — Ozzy foi recebido com reverência. Sua última apresentação, em 2025, ao lado da formação original da banda, serviu como uma despedida simbólica. Um ciclo que se encerra, mas um legado que se perpetua.
Ozzy Osbourne pode ter partido, mas sua voz continua ecoando nos palcos do país, nos ensaios de garagem, nas playlists e na memória de quem encontrou no rock uma forma de existir. O Príncipe das Trevas virou lenda. E no Brasil, seguirá imortal.
