Essa semana o povo brasileiro acompanhou interrogatórios de mais um grupo, talvez o mais importante, de envolvidos na tentativa de golpe do 08 de janeiro de 2023, em Brasília – DF. Esse grupo seleto envolvia o delator coronel Mauro Cid, generais da reserva e também o ex presidente Jair Bolsonaro – PL. Os depoimentos duraram em média 40 a 50 minutos, mas como já era previsto o interrogatório mais importante era o de Bolsonaro (durou 2 horas), por conta de ter xingado membros do STF – Supremo Tribunal Federal, na pessoa do ministro Alexandre de Moraes. Para acompanhamento dos eventos, o ministro relator Alexandre de Moraes autorizou transmissão “ao vivo” direto do STF para que a população entenda o funcionamento e procedimentos do julgamento. A expectativa para o interrogatório do réu Jair Bolsonaro – PL, até então inelegível para as próximas eleições por conta de crimes eleitorais na campanha de 2022, era alta por conta do encontro dele (Bolsonaro) com “seu algoz do judiciário” ministro Alexandre de Moraes. A surpresa foi total e generalizada por parte da imprensa e de demais presentes ao plenário do STF ao se depararem com om Jair Bolsonaro – PL muito calmo, cortez, alegre e participe. Quem acompanhou chegou a ver um “Bolsonaro Paz e Amor” pois inclusive sugeriu que o “Xandão” fosse seu candidato à vice na chapa nas eleições de 2026 para presidente. Claro que Xandão levou na brincadeira e declinou do convite. Para marcar, muito bem instruído, seu interrogatório e utilizar posteriormente como ferramenta publicitaria o ex presidente em vários momentos “lacrou” com frases de efeito em referência ao seu governo e seus feitos comparando inclusive com algumas falhas do atual governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva – PT. O depoente principal do interrogatório chegou inclusive a pedir desculpas ao ministro Alexandre de Moraes por algumas falas desrespeitosas contra ele. Por outro lado, o ex presidente marcou o cenário com frases e falas contra o PT e o presidente Lula – PT objetivando marcar cenas para o embate do ano que vem, sendo ele ou não candidato do PL e a frente de direita contra seu maior rival, o PT. Fica dada a largada para articulações partidárias buscando montagem de palanque nos estados para a disputa presidencial. O povo acompanhará!!
Lamartine Dourado
Economista e Consultor Tributário
