Durante a manhã desta quarta-feira, dia 04/06, a estação de Mauá amanheceu com ato em memória e justiça por Gabriela Mariel (33 anos), vítima de feminicídio. O ato, organizado pelo Movimento de Mulheres Olga Benario, iniciou as 05horas da manhã e reuniu mais de 160 pessoas com velas e cartazes. Gabi era militante do movimento de mulheres, mãe solo de uma menina de 9 anos, trabalhadora na escala 6×1, PCD e dedicou os últimos meses da sua vida na luta pelo enfrentamento à violência contra às mulheres e os feminicídios, do qual foi vítima.
Muitas foram às demonstrações e palavras de apoio das pessoas que passavam pela estação. O ato teve a solidariedade e participação do Diretório Central Estudantil da Universidade Federal do ABC (DCE-UFABC), Associação Regional dos Estudantes Secundaristas do ABC (ARES-ABC), do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e do Partido Unidade Popular (UP), ao qual Gabi era filiada. Além das entidades e movimentos presentes, uma enorme comoção era partilhada entre as pessoas que paravam pra ouvir as falas e pegar panfletos que exigiam justiça pelas vidas das mulheres vítimas de feminicídios. O Brasil é o quinto país do mundo que mais assassina mulheres e o enfrentamento à violência contra as mulheres se faz urgente. Hoje Mauá não possui uma delegacia da mulher 24horas para atender mulheres vítimas de violência. Nos últimos meses, Gabi reunia mulheres e junto ao movimento estavam colhendo assinaturas para o baixo assinado por uma delegacia 24h em Mauá. Essa era também uma das pautas da Ocupação da Mulher Operária na cidade de São Caetano do Sul, onde Gabi trabalhava e coordenava mulheres operárias.
No ano de 2023 a Casa de Referência da Mulher Ocupação Helenira Preta foi despejada e desde lá o Movimento Olga Benario exige a construção de espaços para o atendimento às mulheres vítimas de violência. A prefeitura da cidade de Mauá não se pronunciou publicamente diante do caso.
Gabriela Mariel foi sepultada às 10h no Cemitério Santa Lídia em Mauá.
UP Unidade Popular
