Por Marcos Brasil
A estreia da reprise de História de Amor na última segunda-feira (10) confirmou o que já era esperado: o estilo clássico e atemporal de Manoel Carlos segue conquistando o público. Com 14 pontos de audiência em São Paulo, a trama superou suas três antecessoras no horário, provando que o tradicionalismo do autor ainda encontra forte ressonância na televisão aberta.
Exibida originalmente em 1995 no horário das 18h e reprisada no Vale a Pena Ver de Novo no início dos anos 2000, a novela retorna com a força de uma narrativa bem construída e personagens que fogem do óbvio. Helena (Regina Duarte) e Carlos Alberto (José Mayer) protagonizam uma história marcada por relações humanas profundas e conflitos familiares que transitam entre o drama e a delicadeza da vida real.
Diferente das produções atuais, que apostam em um ritmo acelerado e tramas mirabolantes para prender o espectador, História de Amor se destaca pelo equilíbrio e pela construção cuidadosa de seus personagens. O famoso “modelo Maneco” está mais presente do que nunca: diálogos densos, cenários cotidianos e uma abordagem naturalista que confere credibilidade ao enredo.
Ao revisitar essa obra-prima, a Globo reafirma que há espaço para todos os tipos de narrativas. Se há quem acredite que o público atual não tem paciência para um desenvolvimento mais lento, os números da estreia indicam justamente o contrário. História de Amor ressurge como um respiro diante da agitação das novelas contemporâneas, provando que a qualidade dramática e a identificação com o cotidiano continuam sendo ingredientes essenciais para o sucesso de um folhetim.
