Os devaneios de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ao subir as taxas sobre importações, poderão gerar consequências relevantes para a economia global. Tal proposta poderá afetar mais diretamente o Brasil, México, Canadá e China, e tem como pano de fundo tentar levar o mundo à sua dependência econômica, como última tentativa de salvar os Estados Unidos de uma colisão contra um mundo que cada vez mais multipolar. Enquanto fundamentalistas do neoliberalismo defendem Trump, com justificativa de salvar a indústria americana, que outrora foi poderosa e predominava sobre muitos países, hoje sente resistências de países mais independentes tecnologicamente assim como militarmente. Observa-se que durante seu primeiro mandato, Trump já havia implementado tarifas sobre produtos chineses e de outros países, argumentando que isso protegeria os empregos dos americanos e reduziria o déficit comercial. O impacto imediato dessa decisão pode levar a retaliações por parte de outros países, resultando em uma guerra comercial com consequências reversas, fato esse não calculado pelo presidente, pois os produtos importados ao terem seus preços elevados, pressionariam o custo da produção e consequentemente pode gerar inflação, afetando a competitividade das empresas diante de um mundo multipolar comandado pelo Brics. A Guerra comercial, se prolongada, pode desacelerar o crescimento econômico global, afetando o EUA, mas também países aos quais tem relações comerciais. Em decorrência desse delírio protecionista Trump poderá gerar uma crise financeira global sem precedentes, essas mediadas podem levar à volatilidade dos mercados financeiros, com impactos negativos sobre empregos. Ainda, o mercado especulativo será alimentado pelos rentistas criando uma cadeia financeira com maior distanciamento entre produção e especulação financeira. O risco de uma profunda crise econômica sem precedentes, está na combinação entre guerra comercial, inflação e desaceleração econômica, portanto tudo que se deve fazer é evitar a “grande depressão dos anos 20 que levou os EUA a falência”. A interdependência das economias modernas significa que os efeitos negativos podem se espalhar rapidamente, afetando até países que não estão envolvidos diretamente nesse insano devaneio de Trump. “MAKE AMERICA GREAT AGAIN”, ou “TORNAR A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE”, mesmo que sobreponha a outros países.
Lamartine Dourado
Economista e Consultor Tributário
