Por Marcos Brasil
Em um horário dominado por reprises, programas vespertinos datados e uma avalanche de folhetins informativos focados em fofocas ou noticiários policiais, o “Sem Censura” ressurge como um verdadeiro respiro criativo na programação da TV brasileira. Sob o comando da talentosa Cissa Guimarães, o clássico programa da TV Brasil, que já soma mais de 40 anos de história, ganhou uma nova roupagem e um dinamismo revigorado, que o consagra como uma das poucas ilhas de conteúdo inteligente no horário vespertino.
O reconhecimento dessa nova fase veio com o Prêmio APCA de Melhor Programa de TV em 2023, uma conquista que reafirma a relevância e qualidade do “Sem Censura” diante do público e da crítica especializada. O mérito também é de Cissa, que conseguiu imprimir sua marca, transformando o programa em um espaço fluido de conversação e troca de ideias, trazendo dinamismo à tradicional fórmula do programa.
Nesta semana, chegou ao fim a temporada de verão do “Sem Censura”, realizada diretamente da capital baiana. Em Salvador, entre os dias 29 e 31 de janeiro, o programa recebeu figuras icônicas do axé music e grandes personalidades da cultura brasileira, em um ciclo de entrevistas especiais que celebraram a riqueza cultural do país. Foi um encerramento digno para uma edição vibrante, que reforçou a importância do programa como um palco para a diversidade e a pluralidade de vozes.
O que torna o “Sem Censura” essencial em nossa televisão é sua capacidade de unir entretenimento e informação de forma inteligente, sem subestimar a audiência. Em tempos em que as tardes da TV aberta parecem reféns de conteúdos repetitivos e de baixa qualidade, o programa surge como uma referência de que é possível oferecer um produto que seja, ao mesmo tempo, envolvente e relevante.
Resta torcer para que, assim como nesta temporada de verão, o “Sem Censura” continue se reinventando e trazendo o frescor necessário às tardes brasileiras. Afinal, qualidade e inteligência não devem ser exceções na programação televisiva, mas sim a regra.
