Há muito, correntes econômicas discutem a importância e efeitos do controle da inflação via “Taxa Selic” administrada pelo Banco Central do Brasil. A reflexão se dá pelo fato de que geração de emprego e renda independe de taxa maior ou menor e sim de políticas públicas, inclusive fiscal, orientadas por ações de governo através das medidas financeiras e orçamentárias. A discussão, que hora impera, trata sobre o governo federal precisar reorganizar suas contas bem como demonstrar eficiência na execução da sua política fiscal. É importante ressaltar que o Banco Central, presidido pelo economista Roberto Campos Neto tem demonstrado que a independência da instituição sofre de “Alzheimer Ideológico” pois a partir de Jan/2023 (posse do presidente Luis Inácio Lula da Silva – PT) passou a orientar constante evolução da taxa de juros causando desconforto e instabilidade nas relações com governo e mercado financeiro. Tal fato não ocorreu durante a gestão no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro – PL quando a média da taxa ficou em 6,41% tendo inclusive taxas de 2%, 3% e também 4% durante grande período mesmo diante da inflação relativamente nos patamares de hoje. Assim, tem-se a ideia de “Taxa Selic Especulativa” pois, não se lembra na história, é o que mostra a indicação sequencial de 1% em meses consecutivos. Sabe-se que a taxa Selic remunera títulos da dívida pública no mercado interno e, dessa maneira, consequentemente qualquer aumento ou diminuição tem reflexos no estoque da dívida do governo. Portanto, é possível avaliar que ao indicar crescimento constante e sequencial da taxa de juros, o presidente do Banco Central do Brasil esteja contribuindo para a “Taxa Selic Especulativa” e favorecer credores da dívida pública em “até bilhões” de reais. Fica demonstrado que a nova diretoria do Banco Central do Brasil, que será presidida pelo indicado do presidente Luis Inácio Lula da Silva – PT, e aprovado pelo senado federal, o também economista Gabriel Galípolo com o desafio de fazer uma gestão mais técnica utilizando ferramentas de gestão monetária sem interferência nas ações de governo. Assim, o mercado deverá observar os primeiros passos do novo presidente do Banco Central, juntamente com a diretoria reformulada.
Lamartine Dourado
Economista e Consultor Tributário
