Novembro: Mês da Consciência Negra

Uma reflexão sobra a participação da mulher negra na política

O mês de Novembro nos convoca uma reflexão. Há um olhar aprofundado para o povo negro do nosso país, a fim de despertar a conscientização da população para este tema de extrema relevância.

Somos uma nação marcada pela diversidade e pluralidade, uma identidade mista, formada por diferentes povos. A contribuição do negro no desenvolvimento do nosso país é histórica. Estamos na cultura, na religião, no esporte, na mão de obra e na formação da população.

Temos uma vida marcada pela dor do preconceito, pelo estigma de uma sociedade excludente, a qual nivela o ser humano pela cor da sua pele. Somos vítimas de um racismo, onde, embora nós negros sejamos mais de 50% no Brasil (de acordo com o censo do IBGE), somos governados pelos “brancos”, que por sua vez ocupam os maiores índices sociais e econômicos.

Ao longo do tempo, evoluímos, crescemos, leis foram estabelecidas, a conscientização ampliada, o percentual de negros com nível superior aumentado, a beleza negra ressaltada e assumida. Aos poucos, vamos ganhando os espaços de fala e decisão, vamos reafirmando nossa contribuição na construção da sociedade, e é preciso avançar mais, equalizando os espaços com educação de qualidade para todos, para assim ir ocupando os espaços de decisão, sobretudo na política.

“Quem sofre na pele tem propriedade para a defesa e construção dos seus espaços com propriedade e assim tudo se torna mais eficaz”

Eu, como mulher e negra, ressalto a importância de assumirmos a liderança política. A primeira mulher negra a ser eleita para uma Assembleia Legislativa no Brasil foi Antonieta de Barros, em 1934, e desde então os avanços vêm ocorrendo, mas ainda há um longo caminho a ser trilhado e um grande espaço a ser preenchido.

A participação política de mulheres vem crescendo, mas quando se trata especificamente de mulheres negras, o déficit é grande. A conquista do espaço da mulher na política fortalece a promoção da democracia, e com essa visão quero contribuir com a história de transformação da nossa sociedade, sendo a voz de quem não tem voz, a luz pra quem não tem luz e buscando garantir os direitos para aqueles que têm o seu direito violado.

Vilma Marcelino Silva

Psicóloga, assessora parlamentar e de políticas públicas

Rio Grande da Serra, SP

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