Único país a se opor ao corredor humanitário, EUA alega falta de “autodefesa” de Israel no documento.
Em meio à crescente tensão na região do Oriente Médio, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta quarta-feira (18) para discutir uma proposta de corredor humanitário costurada pelo Brasil. A resolução buscava estabelecer uma pausa humanitária em Gaza, a fim de socorrer os civis vitimados pelo conflito entre Israel e o grupo Hamas.
Para que uma resolução do Conselho de Segurança seja aprovada, é necessário o apoio de, pelo menos, 9 dos 15 membros do órgão, sem qualquer veto por parte dos países com poder de veto, que são os EUA, China, Rússia, Reino Unido e França.
A proposta brasileira conquistou o apoio de 12 membros do Conselho: Brasil, França, Malta, Japão, Gana, Gabão, Suíça, Moçambique, Equador, China, Albânia e Emirados Árabes. Rússia e Reino Unido se abstiveram, mas os EUA exerceram seu poder de veto, resultando na recusa da proposta.
A justificativa apresentada pelos EUA para o veto baseou-se na versão defendida por Israel, um antigo aliado norte-americano. Israel atribui a responsabilidade exclusiva do conflito ao grupo Hamas e alega que o texto da resolução não abordava de maneira adequada o “direito de autodefesa de Tel Aviv.”
O veto dos EUA é mais um episódio que abala a credibilidade do Conselho de Segurança, que, nos últimos sete anos, não conseguiu aprovar nenhum entendimento significativo na resolução da crise entre palestinos e israelenses. O embaixador brasileiro na ONU, Sérgio Danese, lamentou o resultado da votação, afirmando: “Tristemente, muito tristemente, o Conselho mais uma vez não conseguiu adotar uma resolução. Silêncio e inação prevaleceram, para o interesse de ninguém no longo prazo.”
A recusa da proposta brasileira e a persistente falta de consenso no Conselho de Segurança realçam a complexidade e a sensibilidade do conflito no Oriente Médio, que continua a desafiar os esforços internacionais de resolução e a gerar impactos humanitários significativos na região.
