Após 15 dias do 2º turno das eleições presidenciais ainda brotam manifestações, consideradas golpistas, questionando a vitória do ex presidente Luís Inácio Lula da Silva e invocando intervenção com a volta do regime militar. Qual orientação filosófica ou conceitual de pessoas que “vivem na democracia pedindo regime militar”. Essas pessoas, a maioria sem conhecimento, teriam a mesma liberdade onde “vivendo no regime militar conseguiriam pedir democracia?”. Assim, há que se discutir o papel de líderes políticos diante de organização criminosa, inclusive com estrutura financeira, que não aceitam os resultados legítimos das urnas. Há que se avaliar o posicionamento de grupos acerca de responsabilizar “o vencedor” do certame como responsável pela pacificação. Não deve avançar tal defesa pois “cabe ao derrotado a responsabilidade de aceitar e divulgar tal aceitação e também contribuir, como agente fiscalizador, para o prosseguimento do processo democrático”. Ainda, é importante colocar na pauta que o processo eleitoral deste ano foi atípico em vários aspectos pois pela primeira vez um ex presidente disputou o cargo presidencial e também pela primeira vez um presidente em mandato perdeu a reeleição. Por mais democrático que sejam os processos não cabe avanço das discussões que responsabilizam o vencedor para dissipar movimentos contrários aos resultados. Essa é uma responsabilidade direta dos perdedor. Portanto é necessário uma profunda investigação sobre o financiamento dos atos golpistas, inclusive na identificação de possível participação de grupos empresariais que objetivam o “locaute” (do termo americano lockout) objetivando desestabilizar a economia através do sistema de transportes (caminhões) e também “criar fatos políticos”. Enfim, cabe a sociedade “ordeiramente organizada” avançar nas tratativas das medidas que resultem no avanço social e democrático de uma nação. Por fim, nesse sentido, cabe aos grupos derrotados acatarem os resultados oficiais e agirem dentro da lei sem flertar com as forças armadas. Paz no Futuro!!
Lamartine Dourado
Economista e Consultor Tributário
