Todo ano de eleições Estaduais e Nacionais fica expectativa do “famoso debate global”. Não foi diferente esse ano pois Lula-PT e Bolsonaro-PL, diante do acirramento, criam fatos que virem “matéria de capa”. Pois bem, com pergunta provocativa, o presidente Bolsonaro tenta envolver a senadora Mara Gabrilli–PSDB, vice candidata na chapa de Simone Tebet-MDB. Simone se irrita e afirma: “presidente Bolsonaro, o senhor deveria fazer essa pergunta ao Lula mas parece que o senhor está com medo dele”. Com as afirmativas foi dado direito de resposta ao ex-presidente Lula, fato que ocorre outras vezes. A produção também concedeu direito de resposta outras vezes à Bolsonaro. A surpresa da noite foi o candidato em “trajes de padre” se dizendo independente, mas podia-se ver que “o padre” estava à serviço de Bolsonaro. Muitas pessoas se perguntam: “Por que aguardamos o fatídico dia 29/09/2022 das 22:30 até às 02:30 horas do dia 30/09/2022 para assistirmos um “pseudo padre” desrespeitando as regras do debate?” O episódio “tirou do sério” até o mediador Willian Bonner ao questionar o Pe. Kelmon sobre suas atitudes desrespeitosas com o telespectador. A impressão que se teve foi que nem a globo estava preparada para a “armação” entre pseudos candidatos para atacar o PT e o ex-presidente Lula com a justificativa de que deveriam tentar tirar pontos do líder das pesquisas. Nessa lógica identificou-se Ciro Gomes-PDT e Felipe D’Avila-Novo ao não agirem da mesma forma com Bolsonaro. A atuação das candidatas mulheres, Simone e Soraya, foram em tese mais amenas pois atuaram no centro da disputa e até fora das polêmicas entre Lula, Kelmon, Bolsonaro e Ciro. Diante disto é importante uma revisão das regras, tanto do ponto de vista da representatividade partidária quanto da relação intrínseca entre candidatos. Portanto, a avaliação mediana é que o debate não alterou muito o quadro para que “indecisos” pudessem ter razões para mudança, ou seja, tanto Lula quanto Bolsonaro não ganharam nada.
Lamartine Dourado
Economista e Consultor Tributário
