Ontem à noite, o governo federal entregou ao Congresso a Medida Provisória que possibilita a privatização da Eletrobras e de quase todas as suas subsidiárias. O procedimento será feito por meio de uma capitalização que vai diluir a participação da União, que apenas manterá uma ação com poderes especiais de veto, a chamada golden share.
A notícia foi muito bem recebida pelo mercado, e as ações da estatal dispararam na B3, já antecipando a entrega da MP aos parlamentares. Hoje, os papéis continuaram em alta, figurando entre as maiores valorizações do Ibovespa.
Não há nada certo ainda, claro. O processo está nos primeiros passos e deve encontrar alguma oposição pela frente. Tal resistência deu uma sacudidela nas ações hoje mesmo, inclusive. Mas o início da privatização já vem com uma carga simbólica e prática capaz de influenciar a bolsa como um todo e algumas ações do setor elétrico em particular, como bem sugere a análise do nosso colunista Felipe Miranda.
E como no mercado os investidores sempre tentam antecipar as tendências, por mais incertas e distantes que pareçam, já cabe se perguntar qual é o potencial de valorização das ações da Eletrobras caso a privatização realmente – e finalmente – saia do papel.
Afinal, quanto vale a Eletrobras privatizada? Quanto a empresa – e os seus acionistas – têm a ganhar? Diversos analistas já fizeram essa conta. Nesta matéria, o Ivan Ryngelblum traz alguns detalhes da MP de desestatização da companhia e as previsões de diferentes instituições financeiras para os seus papéis.
Seu Dinheiro: Julia Wiltgen
